sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Falo ao amor
Falo da alma que não tive,
do amor não encontrado,
da estrela matutina que se foi
sem subterfúgios ao dançar para mim
Falo a ti nas preces vazias,
ao despertar dos sonhos sem cor,
no cantar de um poema criado por nós
um horizonte perdido
sem música, sem voz
Encontre na madrugada
que invade minha paz,
a saudade, meu descaminho,
ao romper de cada aurora
grandiosa como tua alegria
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 25/02/10
Código do Texto: T2107339
Somos solidão
Nasceste no deserto das mãos,
no instante em que só estive
renascendo no mar de sonhos
com o sabor do sol,
vazio como pouso das gaivotas
Na curva dos dias,
cantei a melodia silenciosa
da luz que declina
sobre a lente da mente
Fomos o ritmo
da respiração suspensa,
a insônia da palavra lavrada,
a luz do medo,
a simulação da vida,
traços no chão
sonolentos e apagados
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/02/10
Código do Texto: T2104131
Minhas cores
Não olhe minhas cores,
pinte-me com o tom do verão
decorado com os sons
do crepúsculo do meu eu
Retire as máscaras foscas
dos sonhos que perfazem caminhos
bordados em espumas,
nas lentidões das nuvens
que se misturam no ar
Revele meus negativos
em imagens multicores
onde o fim é um recomeço
que me impede de fazê-lo
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/02/10
Código do Texto: T2104088
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