"Mais luz do que o sol do meu céu só o som do seu sim" (Tchello d'Barros)

SEJAM BEM VINDOS !

Seguidores

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Calmaria



Sou redenção depois da tempestade,
nada inibo, nem liberto,
improviso esperanças
expurgo rotinas atreladas à vida

Torno-me isca, fogo e ar,
perdida em círculos
que te envolvem
num sopro de liberdade

Venço emoções
flutuando a procura de sombras
no excesso de luz,
onde brilha a lenta madrugada do mundo

Sigo meu caminho
construindo e revolvendo ventos e tempos
na linguagem da alma,
no sopro do amor
que me devasta e alimenta


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/08/10
Código do Texto: T2468949

domingo, 29 de agosto de 2010

Recomeço



Não olho o que foi visto e esquecido,
do passado guardo a ausência do sentir
seguindo no tempo do amor
que foge do meu comando

Busquei sem descanso outras vindas
ou qualquer resposta de esperança
e quando algo surgir,
torne essa procura finda
acendendo o mundo em mim
num recomeço de paz


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/08/10
Código do Texto: T2465909

sábado, 28 de agosto de 2010

Sons dos Ventos



Viverei na imutável busca
da essência de uma gota tênue
perdida na imensidão
ritmada na solidão

Navegarei ao som dos ventos
pelos acordes de uma canção melancólica
até chegar a ti, transformando dias,
misturando horas, desfazendo instantes,
revivendo amor


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 28/08/10
Código do Texto: T2465314

Pretensão derradeira



És minha fantasia derradeira
feita sob o véu da descrição
turvada na pretensão ligeira
de quem ama em silêncio

Conservo-te desconhecido,
ditoso desse mundo insano
e só de mim és conhecedor
um caso sério ou leviano

Sou da costumeira flecha,
um vôo, sem sentido ou direção
e volto sem atingir o alvo
vencida, alquebrada, por inanição

Sou química do desconhecido
perdida sem querer sorrir
ousada e presa de mistérios
da cria do descaso louco
e, vivendo noutra dimensão.



Conceição Bentes & Marçal Filho
Natal RN/Itabira MG
Publicado no Recanto das Letras em 27/08/10
Código do Texto: T2461985

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Liberdade Adquirida



Sou a resposta visível
que mascara o irracional
na construção das fantasias da alma

Quero meus pés soltos
no movimento do vôo
etéreo dos pássaros,
metamorfoseados pela sobrevivência
do mundo desigual

Mastigo saudades futuras
prevenindo meu presente,
em cores e alegrias
buscando ser livre,
até mesmo de qualquer liberdade


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 25/08/10
Código do Texto: T2459397

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Plenitude



Preciso abrir as janelas da alma
deixar o vento adentrar
em meu tempo completo, incessante,
respirar flutuando o céu liquefeito
com as luzes de um ocaso
que chega sem avisar

Guiar-me pelas estrelas
soltando as amarras
em busca do mar da tranqüilidade,
levando comigo apenas
bagagens da vida, lembranças sem idade
e o amor à beira do tempo
em grades de brisa

Canto agora em silêncio,
as retinas se calam
e o tempo com seus ponteiros
e pêndulos tortos,
anunciam a tua companhia ausente
no pensamento que me fala.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 24/08/10
Código do Texto: T2457237

domingo, 22 de agosto de 2010

Serás único



Como a sombra inatingível
dos pássaros que atravessam
o dia findo;

Serás o sussurro da luz do sol
entrando sem promessas
alimentando vertigens de calor
na minh’alma vestida de sons

Sejas o olhar delicado
em cada estrela que te sonho,
sendo único como o faço
em meus instantes renovados



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 22/08/10
Código do Texto: T2452344

sábado, 21 de agosto de 2010

Sensibilidade



Sensibiliza-me com teu olhar
a procura que sedimenta
imensidões onde piso
em cada espera como posse perdida

Ventos entram tempo a dentro
trazendo consigo
perfumes de outono,
renúncia viva das lembranças
de céus indiferentes

Resta-me tua presença
que dissolve paisagens dos meus dias,
acalenta manhãs varrendo saudades,
colhe perfumes de um amor breve e urgente


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 21/08/10
Código do Texto: T2450539

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Alma nômade



Bebo tua ausência
retida no amor
que me escraviza em silencio

Minha alma nômade
cria sons, mistura dores
num exílio mutante
do caminhar em versos insones

Tenho esperanças tardias
onde palavras varridas
são esperas eternas

Retalhos de mim se revestem
de árida saudade
como se tudo fosse
prendas da vida


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 19/08/10
Código do Texto: T2447934

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Contraponteando



Passo anônima ante a lua pálida
acostumada às correntezas
que ponteiam o tempo sem pressa

Sou transitória como brasas cinzas
dos fins de fogueiras utópicas
queimando vícios que me sufocam

Volto ao meu Eu inseguro e voraz
para deter-me ante a visão ilógica
da vida; cuja incógnita é meu delírio

No contra-ponto dessa desilusão
afasto-me das coisas rebuscadas
e me perco, na amplitude de mim mesmo


Conceição Bentes & Marçal filho
Natal RN / Itabira MG.
17/08/2010.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Silenciar



Meu silêncio é a soma dos sons
que a fúria de ventos errantes
não conseguem destruir

É o canto leve
soprado no tempo
galopando na brisa
com cheiro de lembranças tuas

Fustiga e açoita
resguardando o acalento,
bordejando ao vento
como poetar em desalento



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 15/08/10
Código do Texto: T2440055

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Céu sem cor


Viajo no sorriso
que me fala da saudade
de um tempo cortado em linhas

Há espaço que completa a alma
em luzes fugazes
dissimulando o vazio,
ocultando a dor

Somos uno,
mistura de falas,
voz de amor,
história de vida
um céu sem cor


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 13/08/10
Código to texto: T2435276

Como Sou



Sou brumas de calmarias
embaladas em melodias,
diáfanas esperanças
nas mãos que me afagam

Transgrido normas,
quebro paradigmas
sou açoite do tempo,
prece dos arrependidos

Silencio a alma
nas asas de cada instante,
sou fruto da descrença,
poder da indiferença,
caminhos itinerantes

Realizo travessias
coloridas de venturas,
acalentando a magia
tal dores do pensamento
nos sabores de muitas lágrimas


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 12/08/10
Código do Texto: T2432957

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Compondo a Vida



Componho a formação da vida
nas terras prenhas que não se deformam
sem carregar lembranças do que fui,
nem saber o que ainda sou

Sou presa em teias brancas,
molhadas de sereno da madrugada
que me olham atrás do tempo

Saio do mutismo,
da indiferença escravizada
para escrever o caminho
que parte o silêncio

Acorrento-me às lágrimas do tempo
que em mim profundo deságua
e sento-me no crepúsculo
buscando uma identidade


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/08/10
Código do Texto: T2430609

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Malícia



Desmancho-me de formas
em cada movimento do teu olhar,
na saudade da espera,
nos indícios de encontros,
acertos esquecidos

Liberta sou,
no murmúrio involuntário
que me concebe,
o movimento de minhas luas
e tempestades,
minhas verdades nas ventanias

Roubei de mim,
as exigências sem memórias
palavras partidas desperdiçadas,
o desnudamento estilhaçado
dos meus caminhos,
sem os teus braços de mar



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 09/08/10
Código do Texto: T2428061

domingo, 8 de agosto de 2010

Pai!



Numa só palavra
conheci poemas de amor,
equilíbrio nas horas difíceis,
segurança em meu olhar

A tua cálida voz
soava no terraço do tempo
como absinto recobrindo o ocre
dos meus desenganos

Nossos momentos foram de luz,
tornei-me tua extensão
quando a vida dividiu nosso caminhar.
Festejo-te no que me restou: A SAUDADE!


(Poema dedicado a meu pai, Orlando Bentes)



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 08/08/10
Código do Texto: T2425280

sábado, 7 de agosto de 2010

Quotidiano



Aproveito o silêncio para ler coisas
espalhadas por mim,
tirando proveitos do que faço
dos meus atos falhos

Sou o defeito indefinido,
argumentos imperfeitos
só creio no que pressinto
ao que é de fato, não vejo

Os dias são meu exílio
os céus desabam no meu sono
e sobre o tempo verto cicatrizes
de sonhos perdidos num outono distante.



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/08/10
Código do Texto: T2423407

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Parte de mim



Conheci caminhos, outros inventei
despi-me de vaidades,
soltei as mãos,
deixando-as caminhar sem destino

Nas abstratas curvas do querer,
fragmentei-me revestindo-me
na couraça de lembranças
com cheiro de antigamente

Faço parte de um poema adormecido
trilhado no tempo,
enfeitando de certezas
e das dúvidas que me valho.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/08/10
Código do Texto: T2421384

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vazio



Seguirei as trilhas
que apartam minha alma
levando para longe
tua voz sem melodia

Alternei a saudade
e o desapego, pela música
dos teus passos caminhantes

Ficou o perfume da ausência,
o silêncio do olhar,
o querer do ficar,
a necessidade de ir,
um vazio no ar,
a lágrima no sorrir



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 05/08/10
Código do Texto: T2419341

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mar de solidão


Aceito a solidão
da partida dos meus encantos,
na cadência monótona dos meus passos
anunciando auroras salpicadas
de orvalhos amargos das manhãs

Ventos errôneos das tardes,
regressam com roupagem cinza outonal,
sem semear fantasias,
convertendo a alma em ocasos
debruçados em seus tons de melodia

Ando sem pressa, sem lembranças
apenas o coração espera
entre o resto e o nada
de viagens profundas
nos desertos por onde passo.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 04/08/10
Código do Texto: T2417359

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Um deus alado



Os deuses o trouxeram a mim
nas asas do horizonte
vestido de paixão
com promessas divinas,
desatando os laços que nos prende à razão

Trilhas o tempo em carruagem de luz
orquestrando a sinfonia
que emana do universo
num aroma cego e silencioso

E nosso encontro acontece
no tempo que me vejo
sob os raios derradeiros
das tardes sonolentas,
trocadas pela noite calma do teu amor.



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/08/10
Código do Texto: T2416448

Sinos que dobram


Os sinos dobram
pela falta de um olhar,
ancorado nas incertezas
da efêmera existência

Tocam chamando à fé,
pela partida da missão cumprida,
na calmaria anunciada,
do tempo que solta suas ventanias

São sons que falam do vazio
presente em cada alma,
como o acordar da vida,
uma saudade incontida
em cada um de nós


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/08/10
Código do Texto: T2416248

domingo, 1 de agosto de 2010

Laços



Sejamos o silêncio,
palavras que ressuscitam
escorrendo pelo tempo sua efemeridade

Sobre a ausência e a solidão
nossas almas se entrelaçam
e partem tal nômades
em busca das verdades únicas e eternas

Carregam a nostalgia da perfeição
os sonhos ganham asas e luares,
somos a noite antes do principio e do fim

Meu olhar ajoelha-se ante tua luz
a voz emudece sob teu canto
somente o amor cresceu;
qualquer sentimento curva-se
diante da beleza majestosa desse encanto.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 01/08/10
Código do Texto: T2411518

Poético Caminhar



Não olho o que foi visto e esquecido,
do passado que guardo a ausência,
e sigo o caminhar na voz
que traduz a alma

Ainda há tempo para o amor
que foge do meu comando,
buscando sem descanso outra vinda
ou qualquer resposta
convertida em esperança

E quando algo surgir,
torne essa procura finda
acendendo o mundo em mim
recomeçando travessias
que nascem com a poesia



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/07/10
Código do Texto: T2408959