domingo, 26 de setembro de 2010
Reflexão
Meus lábios são rios,
cortados por datas
que o tempo ponteia
em poços de ondas e luz
Em penumbras da tarde,
testemunho auroras que agitam
silêncios nas dúvidas dedutíveis,
renovando ações vividas,
aperfeiçoando caminhos traçados
Indago a complexidade da vida
como se a dúvida fosse a convicção,
não importando se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 26/09/10
Código do Texto: T2520946
sábado, 25 de setembro de 2010
Luz do Universo
Sou integrante do Universo
onde brilha rimas
que ilustram lembranças
de alegres caminhar
Desafio a liberdade
renascendo do torpor
de ocasos adormecidos,
onde a luz procura
a mesma fonte
Retiro o véu do plano maior
transformando poesia em prece
irradiada na luz do amor fecundo,
dando forma, cor e harmonia,
como o criador em sintonia
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 24/09/10
Código do Texto: T2518051
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
VERSO E REVERSO
Quero o encontro das horas
que se escondem,
do dia que foi nenhum
onde o instante é tudo
e o tempo é nada
Tenho em mim
o muito de ti,
um querer faceiro
do amar incondicional
Teus olhos me vêem
como luz temporã
convertida em sons
de vozes e silêncios
Múltipla me faço
sendo uma só
replicando outonos
alforriados em nós.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 20/09/10
Código do Texto: T2510219
sábado, 18 de setembro de 2010
Vem Comigo
Convido-te a ouvir
o canto da manhã
que embala os gorjeios
da liberdade
Senta-te ao lado do ocaso,
escuta o eco surdo da ventania
invadindo a saudade do que fui
Toma em tuas mãos meu destino,
conduz com maestria
meu caminhar por labirintos
entre espumas do silêncio,
e as marés do meu viver
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/09/10
Código do Texto: T2505103
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Tempo das Horas
Quero o tempo e horas
sobrevivendo às tempestades,
intraduzíveis, silenciosas
na imensidão de outros céus
Sou o vazio silêncio
que nunca foi suficiente
aos olhos do esquecimento
Dos atos falhos,
não me prendo a nada,
sou o próprio som do meu ser,
a verdade da consciência,
caminhos a percorrer
Nivelo-me à única certeza que tenho,
desisto dos sonhos que morrem em mim
ficando a soberania do desapego,
a alternância das dores,
o reflexo do sentir
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 16/09/10
Código do Texto: T2502302
Viagem
Chego de muitas idas e vindas
com o gosto de mar,
coração ancorado
no cais de luzes matinais
Meus olhos peregrinos
procuram no espaço,
sonhos que andam pelos ares
à bordo de um sorriso outonal
Transcendo a vida,
na essência do infinito
com a ternura dos antigos tempos,
que o silêncio guardou
em saudades esquecidas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/09/10
Código do Texto: T2497917
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Amor que chega
Mergulho em teu olhar sem limites
absorvendo o mesclado da malicia
que me envolve e apaixona
Mesmo não sendo mais que um sonho,
tua voz me empresta forças ante a vida
que tenta me desenhar
em timbres de sorrisos doces
Teu amor me chega como o sol
no maior de todos os ocasos
raiando minguante nas luas vermelhas
fazendo-me acrobata do teu universo
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 13/09/10
Código do Texto: T2495988
sábado, 11 de setembro de 2010
Exercito o tempo
Procuro-me nos hiatos, cautelosa
nos passos que tropeçam descuidados,
entre a razão e o desatino
Exercito a tentativa
da mais completa dispersão,
na esperança da lógica
que me define e me liberta
Enfrento duros anseios,
receios ferinos e destroçados,
desdobrando com calma minha trilha
na síntese de toda existência
entre tímidos sucessos e fracassos escondidos
Sigo meu caminho em silêncio,
onde me construo,
aprendendo a linguagem do sol,
o rumor do mar, o sabor das lágrimas,
diante da vida que me festeja
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 11/09/10
Código do Texto: T2491437
Ao sabor da Vida
Chego de muitas viagens
com o gosto de mar,
coração ancorado no cais
com luzes matinais
Meus olhos peregrinos
procuram no espaço
os sonhos que andam pelos ares
à bordo de um sorriso outonal
Transcendo a vida,
na essência do infinito
com a ternura dos antigos tempos,
do silêncio guardado,
da saudade esquecida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/09/10
Código do Texto: T2489520
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Mãos no Vento
Trago no afago do vento,
perfumes das auroras,
renuncias das lembranças
que foram embora
Meu horizonte é muro sem vigias
composto de malhas
que fenecem em suas falhas,
como o céu que se aprofunda
num passado que se arrasta noite a fora.
Quando tudo é tão tudo
e ao mesmo tempo é nada,
equilibro a rebeldia do tempo,
no consumo das horas
onde minha alma se reveste de paz
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 09/09/10
Código do Texto: T2486911
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Passagens
Poderia ter sentido
o perfume da vida
passando entre as flores
que se encantam,
dissimulando asperezas
nas pétalas umedecidas
Prenderia tua imagem
no acústico de uma sonata,
no calor do sol ressacado
de um verão
O vento em suas rajadas afiadas,
cortará a saudade
falando do amor
como quem fala da sede,
da fome, da dor.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 08/09/10
Código do Texto: T2485038
Caminhos traçados
Naveguei pelas estrelas,
nadei na magia plena
dos meus sonhos,
vestidos com velas brancas
em fantasias que concebi.
Bebi a pureza da tua alma,
enquanto ouvia teu sorriso explodir
nas sombras adormecidas dos teus passos,
que se perdiam no vento.
Desejei que aportasses em mim,
como o tempo
musicado pelos ponteiros
que marcam a espera de uma chegada.
Não sei de onde vens,
nem como te sinto...
só tua luz é orquestrada
nos tropeços da minha alma.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/09/10
Código do Texto: T2483125
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
A Arte de viver
Sou aprendiz, cujos pensamentos
tocam minha alma
com sonhos incertos
e idéias sem metas
Tenho luz dentro de mim
que ilumina minha estrada
mesmo com o coração perdido
sem saber o que sentir
Guardo segredos no ritmo
dos meus obscuros medos
que atiro ao vento
tornando minha emoção
uma bela canção
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/09/10
Código do Texto: T2481071
Devaneios
E se meu coração te aceitar
na correnteza da tarde
ou na lágrima do tempo
que varre minha face
Tu que me fazes perder os passos,
olhar pra trás,
trocar os degraus,
esquecer o tempo ?
Ficarás como um cristal
transparente como a vida,
eternizado em minha fantasia
até que a madrugada orvalhe
o descaso da luz de um belo dia
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 05/09/10
Código do Texto: T2479237
domingo, 5 de setembro de 2010
Silêncio da Alma
Repousam dentro de mim
palavras que calaram minha voz,
transformaram momentos em caricias
e ditaram leis ante lágrimas vertidas
Simbolizam a dor silenciosa,
a alegria na alma quando desnudada
ante a felicidade, em alegres cânticos
do mais puro lirismo
Pesam ao atingir o amor camuflado
quebrando encantamentos ,
sentidos pelas emoções vividas
em verbos conjugados.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 04/09/10
Código do Texto: T2477752
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
És meu poema
És como um poema ameno
onde recosto tua tenaz imagem
que se movimenta nos ardis horizontes
Teus passos são medidos
entre tempos contíguos
da desmedida simetria,
e o atropelo que pausa teus pés
Impõem-te uma beleza imperfeita
na construção improvisada
do refúgio escrito, rejuvenescido,
inacabado, na forma de saudade
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/09/10
Código do Texto: T2477015
Herança de um amor
Existe em mim saudades
tal réstia de vento
quando a tarde dissolve
palavras em redomas
Os anseios perturbam meu peito
e confundem texturas
guardadas pelas mãos,
em tudo que foi tocado
E o vento leva os cílios
de todos os exílios
pelas pedras vestidas de areia
até que meus olhos guardem na memória
paisagens não mais desenhadas e esquecidas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/09/10
Código do Texto: T2475612
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Declaro-me
Declaro-me pouco, sempre silencio
faço ir e vir, o caminho onde me teço,
a minha voz nunca é clara
ao destino que traço, pago o preço
O meu grito é raro
não declaro o que digo
quando calo, me anuncio
Permaneço no retorno,
negando meu passo na partida
por não ver o tempo e o espaço
faço do fim meu recomeço.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 01/09/10
Código do Texto: T2472990
És o amigo
Ouviste meu silêncio,
viste as cores dos meus sonhos,
sentiste o peso da minha dor
Fizeste da minha caminhada
o nascer da poesia,
esculpida em magia
num rosto de fantasia
És a canção permeando a luz,
o ser único que te faço,
meu instante que se renova,
a diferença que nos unifica
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 01/09/10
Código do Texto: T2472936
Incertezas
Perco-me no labirinto do ser
como se não conhecesse
o que há dentro de mim
A sombra criada
me recobre de pó e calma
enganando dias de solidão
Caminho ao infinito
meditando nas palavras
- só as pausas me restam -
Com destino traçado
sucumbo às encruzilhadas
no livre arbítrio que quis
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/08/10
Código do Texto: T2469938
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