"Mais luz do que o sol do meu céu só o som do seu sim" (Tchello d'Barros)

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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Labirinto

Limito-me a ser
o labirinto do teu chão,
a poesia em forma líquida
bebida ou respirada
em teus momentos a sós

Seja o som de um beijo
ou o vôo de gaivotas
em ocasos rasantes

Traga-me a emoção
da lágrima escorregadia
no silêncio do voltar
como sol desgovernado

Venha na palavra
que ninguém responde,
sussurrando o grito cego
dentro dos olhos de uma canção


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/12/10
Código do Texto: T2697918

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Liberdade


Chego na desordem da rotina
fazendo dos sonhos restantes
mil formas de recomeço

Transmutei saudades
em emoções roubadas
tornando-me a espera incansável
de um futuro distante

Como o sol em final de tarde,
adormeço lembranças
que vagueiam,
ocultando falências
do meu caminhar,
ficando a essência
da minha liberdade



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 25/12/10
Código do Texto: T2691213

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Estrela Branca


Estrela de branco,
caminhas no frio
da noite de esperanças
diante dos deuses que te admiram

Anuncias a Boa Nova
na claridade de um novo dia,
o nascer do Amor
onde qualquer palavra,
petrifica

Cortas o céu
como lâmina de luz
falando ao mundo
que o Menino Deus nasceu

Anjos e Arcanjos,
homens e o Universo
reverenciam a presença
junto à Criança, poesia viva
que nos conforta, redime
e nos dá o sal da vida!



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 21/12/10
Código do Texto: T2684626

Além da saudade


O que me falta
é a magia do amor
condensada na ondulação
do teu silêncio

Já não sou o não
fenecendo nas incertezas,
que é minha lei

Meu instante é tudo
diante do tempo
que nada é

Vou além da saudade
que você habita,
fugindo das verdades nuas
ensurdecidas pelas minhas tempestades




Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 21/12/10
Código do Texto: T2684402

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Efêmeros


Repensamos, mudamos,
amamos, sofremos,
fizemos do inacabado
uma história palpável

Sopramos palavras
atiradas a ermo,
em esperas vazias de nós

Descobrimos a alma
numa causa maior
que duma incerteza qualquer,
deu-nos a beleza efêmera
da lucidez que não tínhamos

Partimos nas asas do espaço
pelas mãos de amanhãs
como a música luminosa
que alimenta o silêncio
de um amor tardio


Conceição Bentes & Marçal Filho
Natal RN/Itabira MG
Publicado no Recanto das Letras em 13/12/10
Código do Texto: T2670435

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O que somos!


Somos pedras d'água,
caminhos alisados em curvas,
retorno de manhãs distantes

Respiramos ares comuns,
trocamos a mesma dor,
vivemos o cruzar de olhares
que se fundem no amor supremo

Sua voz é rio silencioso,
caminhante no espírito do mundo,
minha inspiração contínua,
sem a qual não seríamos
o que somos nós!



Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 08/12/10
Código do Texto: T2660822

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Apresento-me a Vida!



Na vida me sento e apresento-me
em tempos pálidos,
com olhos tardios
e sobre o nada adormeço


Minhas memórias ausentes
escorrem em novelos
desalinhando certezas
pelas horas opalinas
num canto de luz abissal

Beijo a música do orvalho
no ventre da chuva
onde o silêncio se insinua
no corte das sombras

Bebo gotas de sementes
dos dias que chegam,
no suor do teu sorriso
abraçando minha paz iluminada


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/12/10
Código do Texto: T2655981

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Canção da chegada



Talho meu compasso nos teus passos
colhendo sonhos
esculpidos na eternidade

Coloca-me em teu regaço
ilustrando-me em tua vida
na hora efêmera em que dispo tua alma

Desfolha-me em palavras,
depõe tua música nas ondas
do teu sorriso
e retira a descrença
do meu coração inválido


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/12/10
Código do Texto: T2650682

Limites da Alma



Quisera eu ter o esplendor do olhar,
o som delicado dos versos desencontrados
a musicalidade da acústica do amor

Da minha sensibilidade,
transformar em serenas vibrações
filamentos germinados na emoção,
chegando a transparência da água
que se destaca dos meus olhos

Dividir meus limites com os delírios
de cada sonho guardado,
lançando-me as vontades ousadas
das emoções sentidas

Vestir-me de suspeitas,
aceitando os sinais vitais
esquecida e perdida
como náufraga nesse oceano
que insisto em navegar


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 01/12/10
Código do Texto: T2647954