domingo, 8 de abril de 2012
Avesso do tempo
A chuva cai como lamento,
o vento noturno conduz sensações
impondo sua cadência imperiosa
devastando ilusões
As palavras tatuam na alma
um grito cego no ar vazio
inundando o espaço
num majestoso arrebol
E nesta torrente
caminho a ermo
ante o tempo sobre nós,
cada instante foi inverno
no silêncio de tua voz
Conceição Bentes
07/04/12
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Sem Pressa..
Sem pressa
meus pés caminham capeando relvas,
acariciando a terra
desprovida de recomeço
Sem pressa,
levo comigo a luz que guia
o clamor do desejo ardente,
ares imaturos da tua imagem ausente,
grandezas da dor da própria vida
Lentamente chega,
a liberdade dos caminhos perdidos,
o silêncio na correnteza do tempo,
as crenças petrificadas na alma
Calmamente,
busco no teu olhar cinza distante,
o compartilhar que consigo ter
e o esquecer onde tenho meu caminhar
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 17/02/12
Código do Texto: T3505220
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Sentimentos Consolidados
Consolido o amor perene
nas mãos que tatuam afagos
de saudades
permeando sonhos distantes
Sou a voz que instala
resquícios de entardecer,
silêncios alheios e turvos,
espelho de mim mesma
Instalado está o tempo,
nas bordas que me isola
de uma distância que me anoitece
e te traz inteiro a mim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 26/01/12
Código do Texto: T3463392
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Poema que te faço
Queria escrever-te
um poema soberano,
do querer mais humano,
de amor,
tal uma prece
a uma paixão sem idade
que não mais esquecesses
Poder cantá-lo nas ruas
cingidos pelo desabar do tempo
como um vôo sem asas,
cruzando o silêncio das serras
chegando a ti desarmada
como o gemido das águas
Seria um poema de luz,
no vôo de pássaros libertos
algo impreciso e fugaz,
uma canção,
depois do acorde final
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 20/01/12
Código do Texto: T3451711
(Poema dedicado a minha amiga
Sonia Marinho)
sábado, 7 de janeiro de 2012
Partidas e Chegadas
Quantas vezes partiste
no dorso das águas,
decepadas ao vento
das tempestades,
nutridas de solidão
Bendigo as horas que passam
perdidas dentro de mim
sentindo o pulsar da vida
como o sol da madrugada
que aquece e desnorteia
E voltas sempre,
na calada das sombras,
na existência do nada,
pairado em desordens,
insolúveis no tempo
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/01/12
Código do Texto: T3427481
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Amor multicor
Multicores invadem o silêncio
que pluraliza a exaustão
da minha alma
Não importa o sobejo da vida,
a imperfeição de tudo,
ou um resto de qualquer sentido,
se teu sorriso me escapa
Troco meus sonhos,
pela superação dos aplausos vazios,
que a alma acolhe
como cálidos elogios
no palco da vida.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/12
Código do Texto: T3423510
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