Limito-me a ser
o labirinto do teu chão,
a poesia em forma líquida
bebida ou respirada
em teus momentos a sós
Seja o som de um beijo
ou o vôo de gaivotas
em ocasos rasantes
Traga-me a emoção
da lágrima escorregadia
no silêncio do voltar
como sol desgovernado
Venha na palavra
que ninguém responde,
sussurrando o grito cego
dentro dos olhos de uma canção
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/12/10
Código do Texto: T2697918
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Liberdade
Chego na desordem da rotina
fazendo dos sonhos restantes
mil formas de recomeço
Transmutei saudades
em emoções roubadas
tornando-me a espera incansável
de um futuro distante
Como o sol em final de tarde,
adormeço lembranças
que vagueiam,
ocultando falências
do meu caminhar,
ficando a essência
da minha liberdade
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 25/12/10
Código do Texto: T2691213
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Estrela Branca
Estrela de branco,
caminhas no frio
da noite de esperanças
diante dos deuses que te admiram
Anuncias a Boa Nova
na claridade de um novo dia,
o nascer do Amor
onde qualquer palavra,
petrifica
Cortas o céu
como lâmina de luz
falando ao mundo
que o Menino Deus nasceu
Anjos e Arcanjos,
homens e o Universo
reverenciam a presença
junto à Criança, poesia viva
que nos conforta, redime
e nos dá o sal da vida!
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 21/12/10
Código do Texto: T2684626
Além da saudade
O que me falta
é a magia do amor
condensada na ondulação
do teu silêncio
Já não sou o não
fenecendo nas incertezas,
que é minha lei
Meu instante é tudo
diante do tempo
que nada é
Vou além da saudade
que você habita,
fugindo das verdades nuas
ensurdecidas pelas minhas tempestades
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 21/12/10
Código do Texto: T2684402
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Efêmeros
Repensamos, mudamos,
amamos, sofremos,
fizemos do inacabado
uma história palpável
Sopramos palavras
atiradas a ermo,
em esperas vazias de nós
Descobrimos a alma
numa causa maior
que duma incerteza qualquer,
deu-nos a beleza efêmera
da lucidez que não tínhamos
Partimos nas asas do espaço
pelas mãos de amanhãs
como a música luminosa
que alimenta o silêncio
de um amor tardio
Conceição Bentes & Marçal Filho
Natal RN/Itabira MG
Publicado no Recanto das Letras em 13/12/10
Código do Texto: T2670435
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O que somos!
Somos pedras d'água,
caminhos alisados em curvas,
retorno de manhãs distantes
Respiramos ares comuns,
trocamos a mesma dor,
vivemos o cruzar de olhares
que se fundem no amor supremo
Sua voz é rio silencioso,
caminhante no espírito do mundo,
minha inspiração contínua,
sem a qual não seríamos
o que somos nós!
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 08/12/10
Código do Texto: T2660822
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Apresento-me a Vida!
Na vida me sento e apresento-me
em tempos pálidos,
com olhos tardios
e sobre o nada adormeço
Minhas memórias ausentes
escorrem em novelos
desalinhando certezas
pelas horas opalinas
num canto de luz abissal
Beijo a música do orvalho
no ventre da chuva
onde o silêncio se insinua
no corte das sombras
Bebo gotas de sementes
dos dias que chegam,
no suor do teu sorriso
abraçando minha paz iluminada
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/12/10
Código do Texto: T2655981
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Canção da chegada
Talho meu compasso nos teus passos
colhendo sonhos
esculpidos na eternidade
Coloca-me em teu regaço
ilustrando-me em tua vida
na hora efêmera em que dispo tua alma
Desfolha-me em palavras,
depõe tua música nas ondas
do teu sorriso
e retira a descrença
do meu coração inválido
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/12/10
Código do Texto: T2650682
Limites da Alma
Quisera eu ter o esplendor do olhar,
o som delicado dos versos desencontrados
a musicalidade da acústica do amor
Da minha sensibilidade,
transformar em serenas vibrações
filamentos germinados na emoção,
chegando a transparência da água
que se destaca dos meus olhos
Dividir meus limites com os delírios
de cada sonho guardado,
lançando-me as vontades ousadas
das emoções sentidas
Vestir-me de suspeitas,
aceitando os sinais vitais
esquecida e perdida
como náufraga nesse oceano
que insisto em navegar
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 01/12/10
Código do Texto: T2647954
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Sonhos e Ilusões
Escrevo meus sonhos
no espelho da ilusão,
ou em caminhos desencontrados
onde a brisa me encontra
com sabor gelado de esperas
Na contagem do tempo
tudo se destrói
e tudo se reconstrói
como dias outonais
Eis meu canto sem sons,
hasteado no vento,
tocado por tuas mãos de água
que repousam no teu cálido olhar
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 26/11/10
Código do Texto: T2638598
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Trilhas
Leva-me pra longe
no teu sorriso domador,
desenhando outras rimas
de formas enigmáticas
onde tudo principia e nada finda
Teu olhar cadente,
arrasta o silêncio
tatuado no brilho das estrelas,
aos pés da noite
que dança contra o tempo
Coloca-me na surdina do adeus
das tardes escarlates
que amarram o sol
no galopar das tuas horas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/11/10
Código do Texto: T2632671
sábado, 20 de novembro de 2010
Roda da Vida
Minhas inércias
precisam que eu ande
em profissão de fé,
espalhando silêncios,
em prazeres congelados,
Na mão insolúvel do destino,
recordo o viver desmedido sem amor,
desvelado dentro de mim
Sou o milagre da busca,
do dizer, dos sonhos e da dor,
viajando no vento,
caminhando na saudade,
retornando dos ocasos
no meu imprevisível ser
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 20/11/10
Código do Texto: T2627260
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Mudanças
De onde venho,
trago emoções roubadas
dos meus sonhos incertos,
restando-me formas de recomeço
e esperas incansáveis
Nas horas não marcadas,
desordenei o vácuo da rotina,
espantei males escondidos
abriguei abraços antigos
Dos tempos etéreos
restou-me músicas sem festa
e a curva de um sorriso
dançando num céu invertido
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 17/11/10
Código do Texto: T2620394
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Passos Fugidios
Meus passos são luzes de esperanças
caminhando em vias libertas,
determinando o sentido,
da realização do meu ser
Caminhos construí
moldurando na mente,
o abraçar da inconstância
incansável do viver
Estou no som fugidio da voz,
na palma bailando ao ar
sou luz que devora sombras,
a solidão do último trago,
a grandeza da própria vida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 16/11/10
Código do Texto: T2618796
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Falar de Nós
Sou além dos gestos,
um aplauso, riso ou lágrimas,
renascida na poesia,
do incerto despertar
Em meu navegar,
fiz de ti o porto seguro,
no teu colo, o meu descansar
Revelei-te segredos
em forma de oração,
fui um arco-íris
no fim de tempestade
amanhecida na vastidão
da distância que me anoitece
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 09/11/10
Código do Texto: T2605552
domingo, 7 de novembro de 2010
De estrelas e esperas
O mar ouve quieto
o som do vento frio
incansável, sorvedouro
intenso, disseminante
Saudades incontidas,
vestidas de amanhecer
adormecem em silêncio
despertando em ti o entardecer...
A lucidez da entrega
rebate na languidez do ocaso
e a estrela sem pouso certo
oscila na amplidão do espaço
Etérea se faz a causa
ofuscando um desejo louco
pois entre o encontro e o beijo
o amor conduzirá o complemento
É hora de voltar ao mar
é hora de ouvir o vento.
Ceição Bentes/Marçal Filho
Natal RN/Itabira MG
07/11/2010
Insensatez
Meus sonhos insensatos
profetizam pensamentos
reafirmados pela natureza,
definidos, mas ignorados
Cultivo no tempo,
o principio de minhas leis,
enfraquecidas pelas crises
que o vento reativou
Busco o prazer,
transformado em dois pesos
e duas medidas,
nas palavras apagadas,
hoje reescritas,
ontem isoladas,
amanhã esquecidas.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/11/10
Código do Texto: T2601546
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Prometa-me.....
Prometa-me músicas
com sons de encontros,
num lago sereno,
luar brilhante
que celebre a vida
Mostre-me o céu
dos ocasos infinitos,
das cores distantes
vazios de ti
Toma meu silêncio,
desmancha-o no barulho
dos teus olhos de mel,
desfralda minhas dúvidas
na rebeldia das ondas,
na linguagem do sol,
num beijo de fé
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 05/11/10
Código do Texto: T2599171
domingo, 31 de outubro de 2010
Oferenda
Oferto a paz que abriga minhas saudades,
entrecruzando linguagens num canto suave,
com a malicia do sorriso,
desfazendo da farsa solidão
Vivo da minha crença terminal
ensurdecida pelo caos
da pálida esperança
edificada num céu denso de inverno
Dos retalhos da vida,
divido as prendas no tempo
farejando alegrias na folia das vozes
por obrigação de viver
Meu tédio feito em cores,
escorre entre os dedos
ofertando amor,
que pereceu entre dores
e reviveu sem medos
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/10
Código do Texto: T2588727
Palavras de Silêncio
Meu silêncio
na correnteza da vida,
vem da lágrima do tempo
que verte em minha face
Gotas em cristal
se petrificam como saudades
eternizadas na alma,
onde a vista não alcança
Afasto as miragens
que se acercam de mim,
andando em calçadas opacas
transformando-se em ciladas
as palavras inacabadas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/10/10
Código do Texto: T2587264
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Imperfeição
Sou um ser indeterminado,
sozinha, perto de todos
distante de mim,
buscando o meu falar
sem o som do meu ouvir
Fecho-me em reflexos
vendo que em tudo
existe apenas o nada
Caminho a ermo
vestindo paixões,
amando ilusões,
cinzas de fantasias
Olho espaços
que se perdem em mim,
e em cada novo instante
perco minha metade
na imperfeição do meu fim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 28/10/10
Código do Texto: T2582994
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
És meu tempo
Ter esse tempo
é dizer que és meu sonho,
a minha voz, ainda que silêncio
o meu silêncio, mesmo quando voz
Vejo a luz que nos deixa
o sopro imperceptível,
do som profundo
que ouvimos de dentro,
o extermínio onde a memória cessa
o circuito cansado pelo sentir
Cuida de nós,
junte tuas mãos às minhas
permaneça em tudo
com a vontade de estar mudo
musicando o silêncio
que cala em mim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 27/10/10
Código do Texto: T2580950
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Sobrevivo
Ausências em mim
diferem, me assustam,
pela crueza do mundo
que pulsa lá fora
Sobrevivo sem estar
em lugar nenhum,
construindo artifícios íntimos,
na dor silenciosa onde a vida grita
pra continuar
Minha incredulidade
chega num arremesso
contra a qual não sei lutar,
fazendo da caminhada
uma oração calada,
uma metáfora apagada
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 25/10/10
Código do Texto: T2577973
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Estava Escrito
Estava escrito
que chegarias na voz do vento
como um doce lamento
em busca de sons e de luz...
Trarias nas madrugadas dispersas
o inevitável sentido
nos grãos silábicos do tempo
que teu poema traduz...
Serias a saudade sem sombras,
a madrugada esvaída
o cheiro azul de um remanso
onde a esperança descansa.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 21/10/10
Código do Texto: T2570854
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Alma Forasteira
Sou apenas um poeta
de rumos incertos,
idéias sem metas
reclusa aos encantos do amor
A brisa em meu rosto me faz viajar
sem tempo para despedidas
em canções desconhecidas,
a ermo, é meu caminhar
Meus sonhos se perdem na multidão
em mundos sem cores,
tendo os sons de canções
como ondas rasteiras,
banhando minh’alma
perdida e forasteira
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 19/10/10
Código do Texto: T2565128
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Volúpias
Pedaços de mim te adivinham
Nos olhos que te guardam
Como o silêncio de um rio
A isso, dou nome de autenticidade
Pedaços de ti integram minh’alma
Como tatuagem bem delineada
E definida em lugar incomum
A isso, chamo desejo e saudade
Nossos momentos se definem
Na volúpia fluida dos sonhos
Vivendo o tempo que não teremos,
A eternidade que nos abraça
Em rumos sem destino
Ceiça Bentes & Marçal Filho
Natal (RN) /Itabira MG
05/10/2010
Publicado no Recanto das Letras em 06/10/10
Código do Texto: T2541760
Caminho Solitário
Quando a platéia se retira,
os sentimentos morrem,
a vida suspensa por uma haste
equilibra sonhos deitados em esteiras
O tempo espera as espigas do mundo
varridas pela poeira
esquecendo a cadência dos passos
no desfiladeiro do silêncio
Mergulho então no céu que me grita
enquanto anjos temporários
partem o silêncio
que saem do meu mutismo
Segue a solidão,
que desce dos sudários
imperiosa e fria,
como um mar que toca os vitrais
com sua aragem macilenta
junto a indiferença que a terra refugia
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/10/10
Código do Texto: T2541215
Acalento
Meu eu antevê a causa maior
primando pelo bem que hoje transcende
e, de amor em amor sigo a espera
da flor primavera que a vida me deu
O que me foi dado,
o silêncio imprime esquecido,
nos braços dos lamentos
resguardando todo acalento
que o amor vem acalmar
É fácil sorrir para ajustar o tempo
é primaz sentir-se em contentamento
que vem como um bem deitado em divã
Assim seguimos na canção do vento,
no doce cheiro de lembranças atemporais
onde o inverno paralisa tua imagem
etérea, que em mim descansa
Marçal Filho & Ceiça Bentes
Itabira/Natal 04/10/2010
Publicado no Recanto das Letras em 06/10/10
Código do Texto: T2541050
Almas Perdidas
Nossas vozes calam-se
em trajetórias abertas,
num arfar de paz
sobre cálidas noites
Memórias são resgatadas
do meu mundo,
dos nossos sonhos
de nossas vidas
A tua voz passeia
em minha mente,
nossos olhos se entregam
cúmplices de amor
Vamos além da saudade,
na imensidão deserta
cinza dos céus,
enfrentando os assombros
de nossas tempestades
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/10/10
Código do Texto: T2535195
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Saudade
Preciso estar aqui,
tocar lembranças
que inundam meu chão
de pedras amorfas
Embarcar nas tardes sonolentas
de azuis desfeitos
com brilhos envelhecidos
de auroras afloradas
Permanecerei em ti
como velha imagem,
sendo apenas um enigma
dentro de tantos mistérios
presente no silêncio do vento
cantando a liberdade
Não importa o tempo
que fere a solidão deixada
em despedidas nascidas,
nas mãos vazias de amor,
saudades e nostalgias.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/10
Código do Texto: T2531072
Guardiã de Luz
Embarco em nave de sonhos
levando como bagagem
a saudade companheira
O vento desenhou teu rosto,
o sol o cintilou na imensidão
fazendo das estrelas perdidas
a inversão dos meus passos
Chegam a mim vozes angelicais
abrindo portas dos templos dos deuses
onde a alegria de te ver
é brindada no cálice do amor
Como guardiã dos segredos
camuflo na dança
os ponteiros do tempo,
ornando a imortalidade débil e diáfana
no ápice da verdade vencida.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/09/10
Código do Texto: T2529007
Cortinas do Tempo
Visto-me das horas novas e antigas
em que teu perene caminhar
levam meus sonhos
cerrando as cortinas do tempo
Tempo este incógnito,
traçado na construção da saudade
que alimenta minha solidão,
codificada e impenetrável
Volto de um mundo mutante
vivenciando fragmentos vividos
que me chegam nos frutos da liberdade
no perfume da vida, no amor pra sempre
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 28/09/10
Código do Texto: T2525976
domingo, 26 de setembro de 2010
Reflexão
Meus lábios são rios,
cortados por datas
que o tempo ponteia
em poços de ondas e luz
Em penumbras da tarde,
testemunho auroras que agitam
silêncios nas dúvidas dedutíveis,
renovando ações vividas,
aperfeiçoando caminhos traçados
Indago a complexidade da vida
como se a dúvida fosse a convicção,
não importando se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 26/09/10
Código do Texto: T2520946
sábado, 25 de setembro de 2010
Luz do Universo
Sou integrante do Universo
onde brilha rimas
que ilustram lembranças
de alegres caminhar
Desafio a liberdade
renascendo do torpor
de ocasos adormecidos,
onde a luz procura
a mesma fonte
Retiro o véu do plano maior
transformando poesia em prece
irradiada na luz do amor fecundo,
dando forma, cor e harmonia,
como o criador em sintonia
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 24/09/10
Código do Texto: T2518051
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
VERSO E REVERSO
Quero o encontro das horas
que se escondem,
do dia que foi nenhum
onde o instante é tudo
e o tempo é nada
Tenho em mim
o muito de ti,
um querer faceiro
do amar incondicional
Teus olhos me vêem
como luz temporã
convertida em sons
de vozes e silêncios
Múltipla me faço
sendo uma só
replicando outonos
alforriados em nós.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 20/09/10
Código do Texto: T2510219
sábado, 18 de setembro de 2010
Vem Comigo
Convido-te a ouvir
o canto da manhã
que embala os gorjeios
da liberdade
Senta-te ao lado do ocaso,
escuta o eco surdo da ventania
invadindo a saudade do que fui
Toma em tuas mãos meu destino,
conduz com maestria
meu caminhar por labirintos
entre espumas do silêncio,
e as marés do meu viver
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/09/10
Código do Texto: T2505103
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Tempo das Horas
Quero o tempo e horas
sobrevivendo às tempestades,
intraduzíveis, silenciosas
na imensidão de outros céus
Sou o vazio silêncio
que nunca foi suficiente
aos olhos do esquecimento
Dos atos falhos,
não me prendo a nada,
sou o próprio som do meu ser,
a verdade da consciência,
caminhos a percorrer
Nivelo-me à única certeza que tenho,
desisto dos sonhos que morrem em mim
ficando a soberania do desapego,
a alternância das dores,
o reflexo do sentir
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 16/09/10
Código do Texto: T2502302
Viagem
Chego de muitas idas e vindas
com o gosto de mar,
coração ancorado
no cais de luzes matinais
Meus olhos peregrinos
procuram no espaço,
sonhos que andam pelos ares
à bordo de um sorriso outonal
Transcendo a vida,
na essência do infinito
com a ternura dos antigos tempos,
que o silêncio guardou
em saudades esquecidas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/09/10
Código do Texto: T2497917
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Amor que chega
Mergulho em teu olhar sem limites
absorvendo o mesclado da malicia
que me envolve e apaixona
Mesmo não sendo mais que um sonho,
tua voz me empresta forças ante a vida
que tenta me desenhar
em timbres de sorrisos doces
Teu amor me chega como o sol
no maior de todos os ocasos
raiando minguante nas luas vermelhas
fazendo-me acrobata do teu universo
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 13/09/10
Código do Texto: T2495988
sábado, 11 de setembro de 2010
Exercito o tempo
Procuro-me nos hiatos, cautelosa
nos passos que tropeçam descuidados,
entre a razão e o desatino
Exercito a tentativa
da mais completa dispersão,
na esperança da lógica
que me define e me liberta
Enfrento duros anseios,
receios ferinos e destroçados,
desdobrando com calma minha trilha
na síntese de toda existência
entre tímidos sucessos e fracassos escondidos
Sigo meu caminho em silêncio,
onde me construo,
aprendendo a linguagem do sol,
o rumor do mar, o sabor das lágrimas,
diante da vida que me festeja
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 11/09/10
Código do Texto: T2491437
Ao sabor da Vida
Chego de muitas viagens
com o gosto de mar,
coração ancorado no cais
com luzes matinais
Meus olhos peregrinos
procuram no espaço
os sonhos que andam pelos ares
à bordo de um sorriso outonal
Transcendo a vida,
na essência do infinito
com a ternura dos antigos tempos,
do silêncio guardado,
da saudade esquecida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/09/10
Código do Texto: T2489520
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Mãos no Vento
Trago no afago do vento,
perfumes das auroras,
renuncias das lembranças
que foram embora
Meu horizonte é muro sem vigias
composto de malhas
que fenecem em suas falhas,
como o céu que se aprofunda
num passado que se arrasta noite a fora.
Quando tudo é tão tudo
e ao mesmo tempo é nada,
equilibro a rebeldia do tempo,
no consumo das horas
onde minha alma se reveste de paz
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 09/09/10
Código do Texto: T2486911
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Passagens
Poderia ter sentido
o perfume da vida
passando entre as flores
que se encantam,
dissimulando asperezas
nas pétalas umedecidas
Prenderia tua imagem
no acústico de uma sonata,
no calor do sol ressacado
de um verão
O vento em suas rajadas afiadas,
cortará a saudade
falando do amor
como quem fala da sede,
da fome, da dor.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 08/09/10
Código do Texto: T2485038
Caminhos traçados
Naveguei pelas estrelas,
nadei na magia plena
dos meus sonhos,
vestidos com velas brancas
em fantasias que concebi.
Bebi a pureza da tua alma,
enquanto ouvia teu sorriso explodir
nas sombras adormecidas dos teus passos,
que se perdiam no vento.
Desejei que aportasses em mim,
como o tempo
musicado pelos ponteiros
que marcam a espera de uma chegada.
Não sei de onde vens,
nem como te sinto...
só tua luz é orquestrada
nos tropeços da minha alma.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/09/10
Código do Texto: T2483125
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
A Arte de viver
Sou aprendiz, cujos pensamentos
tocam minha alma
com sonhos incertos
e idéias sem metas
Tenho luz dentro de mim
que ilumina minha estrada
mesmo com o coração perdido
sem saber o que sentir
Guardo segredos no ritmo
dos meus obscuros medos
que atiro ao vento
tornando minha emoção
uma bela canção
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/09/10
Código do Texto: T2481071
Devaneios
E se meu coração te aceitar
na correnteza da tarde
ou na lágrima do tempo
que varre minha face
Tu que me fazes perder os passos,
olhar pra trás,
trocar os degraus,
esquecer o tempo ?
Ficarás como um cristal
transparente como a vida,
eternizado em minha fantasia
até que a madrugada orvalhe
o descaso da luz de um belo dia
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 05/09/10
Código do Texto: T2479237
domingo, 5 de setembro de 2010
Silêncio da Alma
Repousam dentro de mim
palavras que calaram minha voz,
transformaram momentos em caricias
e ditaram leis ante lágrimas vertidas
Simbolizam a dor silenciosa,
a alegria na alma quando desnudada
ante a felicidade, em alegres cânticos
do mais puro lirismo
Pesam ao atingir o amor camuflado
quebrando encantamentos ,
sentidos pelas emoções vividas
em verbos conjugados.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 04/09/10
Código do Texto: T2477752
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
És meu poema
És como um poema ameno
onde recosto tua tenaz imagem
que se movimenta nos ardis horizontes
Teus passos são medidos
entre tempos contíguos
da desmedida simetria,
e o atropelo que pausa teus pés
Impõem-te uma beleza imperfeita
na construção improvisada
do refúgio escrito, rejuvenescido,
inacabado, na forma de saudade
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/09/10
Código do Texto: T2477015
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