domingo, 31 de janeiro de 2010
Voltar
Voltar é mais que chegar,
é o sol da meia noite
exterminando a solidão.
É o aquecer das mãos
no inverno causticante
inundando a alma perfumada,
inebriante.
São chegadas ao porto seguro
como o ocaso de um abraço,
uma saudade em desatino
exilada em mim.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/01/10
Código do Texto: T2061133
sábado, 30 de janeiro de 2010
Lançamento da Antologia Alimento da Alma II
Mais um Verão
Minhas tempestades
calam sons da noite,
adormecidas nos braços
dos meus devaneios
Com a alma,
escrevo caminhos
evidenciando o tempo
que possuo,
recolhidos em meus ocasos
Quero mais um verão,
para erguer as fragilidades
do mar profundo dos teus olhos,
ritmados na música aquecida
dos teus passos que me cercam
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/01/10
Código do Texto: T2060090
Ser Livre
Sou a resposta visível
que mascara o irracional
na construção das fantasias da alma
Quero meus pés soltos
no movimento do vôo
etéreo dos pássaros,
metamorfoseados pela sobrevivência
do mundo desigual
Mastigo saudades futuras
prevenindo meu presente,
em cores e alegrias
buscando ser livre,
até mesmo de qualquer liberdade
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/01/10
Código do Texto: T2059873
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Superação
Aos que rejeitam meu espírito,
deixo a luz do perdão
ungido com bálsamo da esperança
e o perfume quase mudo da afeição
Com a calma sacra,
vôo para novos desafios
nas asas coloridas dos cânticos
que celebram a vida
Minha fragilidade exterminou
quando segurei a solidão,
buscando palavras certas
para caminhos desfeitos
Vi minha alma sozinha
procurando aquecer-se
da dor cansada de rastros incertos
Fiz das ilusões, belas gaivotas
voando livres e solitárias,
deixando meu canto aquecido
nas rendas do sol
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/01/10
Código do Texto: T2058346
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Nossos domínios
Há muito nos encontramos
em um azul maior
além das dores e domínios,
exaurindo o mundo
onde o tempo sopra
milhares de esperas
Lembras decerto,
da inútil palavra tímida
ao alcançar vestígios
da tua sombra severa e fria
Talvez nem contemples o mundo
para não desperdiçar o que fomos,
na consumação das eras,
urgindo tecer a vida
em lembranças que estremecem o ar
onde o amor se evapora
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 28/01/10
Código do Texto: T2056561
domingo, 24 de janeiro de 2010
Balada dos Sonhos
Canto o amor dos sonhos
perdidos nos recantos
das rimas musicadas,
com sabor do impreciso
onde cada verso se desfaz
Do abandono absoluto,
fica o silêncio completo
do meu sorriso incompleto
na tua ausência que escuto
E a música entoa
claves de saudades,
sonhadas sem efeitos
sob o derradeiro azul da aurora
em esboços perfeitos
nas letras do sol
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 24/01/10
Código do Texto: T2048082
Rotas Perdidas
Perdemos nossos caminhos
invadidos pelo silêncio
impenetrável da vida
Corremos pelas veredas
esquecidos das fronteiras
que delimitam rotas
tornado-nos reféns
de amores impossíveis
Fico com a correnteza do mundo
que deságua transparente
dentro do meu céu escarlate,
eternizando desejos
em trilhar novos caminhos
mesmo que incertos,
mas nunca inacabados.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 24/01/10
Código do Texto: T2047890
sábado, 23 de janeiro de 2010
Entre o ter e o ser
O universo repõe-se
em engrenagens ocultas,
sensitivas, sobre um mar indecifrável
que se arrasta em destinos
Hoje sou apenas brisa
que abriga a noite,
absorta na transparência
que toca o ar
de um crepúsculo irrevogável
Sou o elo entre a liberdade
e lembranças do que fomos,
utopizando as faces do tempo,
eternizado na fronteira do infinito
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/01/10
Código do Texto: T2046113
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Vestida de Sonhos
Vesti meus sonhos
com a cor do sol,
pura e notória,
irradiando a verdadeira glória
na alma de eterna criança
Ornei a melodia iluminada
com notas maiores
que os sinceros sorrisos,
despertando o sabor do silêncio
na sombra que origina dor
Munida das cores estrelares,
caminho liberta
com os olhos de mantos
que cobrem segredos
da minha simples vida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 20/01/10
Código do Texto: T2041201
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Cenário
Quis-te inerte
a galopar na brisa
do inverno que me paralisa
Dei-te amor,
acima das fadigas,
tormentas e sortilégios,
incansável como o sol das manhãs
silenciando o cenário da tua ausência
Tive teu olhar
na pureza do azul e branco
limitando a resistência da alma
fazendo do meu mundo
esta grande magia
Tuas palavras chegaram
como tempestades,
instigando sons inteiriços
fustigando o destino que falece
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 19/01/10
Código do Texto: T2039460
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Limpeza da Alma
Cinjo de vestes douradas
a alma que me concede
versejar em pleno ardor
no seio de muitos amores
Cada rima ganha vida
quando feliz anoiteço
na canção peregrina
das vozes que não calam
Alimento-me deste olhar denso
na música que apetece
o derradeiro tom da aurora
respirando momentos
de um amor passado
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/01/10
Código do Texto: T2037866
sábado, 16 de janeiro de 2010
Retirada
Retiro-me da tua vontade
que é exílio sobre mágoas acesas,
dentro das insônias
que seguem seu percurso de abandono
Serei a tua calma
traçando cantos não avistados
saciando tua gula de dor
Seguirei por caminhos
marcados por impasses
de incontroláveis senões,
desafiando palavras
encarnadas em minha idéia de ser
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 16/01/10
Código do Texto: T2033915
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Tempos de Reencontros
Chego a ti
em córregos de silêncio,
escuto tuas vontades
praiadas nos meus olhos
Entre o ser e o tempo,
nas margens do desamparo,
conheço teus acenos,
abrigo tua alma
reduzo meus riscos
para te proteger
Guardo tua dor em mim
acima de todas fadigas
num manancial de sons
onde o amor abrigas
Conceição Bentes
11/01/10
O Último Ato
Vago em desvios precários
desencadeando no tempo,
o silêncio como hóspede
de falas tramadas
Minha estrada segue sem volta
numa rota de exatidão
abrigando saudades
abertas em propostas,
fechadas em solidão
Estou entre paredes fechadas
e minhas asas conscientes
encontram espaços de cores presentes
iluminando janelas ausentes
Sou um ser volante
no meio da correnteza
de um delírio singular,
fazendo da dor o louvor
aos versos que a ti componho
sem nunca mais te encontrar
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 11/01/10
Código do Texto: T2023756
domingo, 10 de janeiro de 2010
Quando a noite chegar
Quero te encontrar
no brilho das cadentes estrelas
como o tempo que se esvai
Achar teu rastro
na poeira cósmica do amor
que um dia foi jurado
aos deuses do universo
Sentar diante da vida
vendo a noite chegar
nos braços dos teus versos
onde me acolhes e aninhas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/01/10
Código do Texto: T2021384
sábado, 9 de janeiro de 2010
Velejar
Aprendi a ter entre as mãos
a presença das incertezas
a velejar em barcos sem velas,
sem o cheiro da tua imagem
Meu tempo ponteia horas incompletas
de madrugadas desabrigadas
em águas rasas
onde saudades semeiam
prantos de mar
Sigo na dança das ondas
fantasiada da última estação
molhada no azul dos segredos
com essências do fogo
do último verão
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 09/01/10
Código do Texto: T2019341
Batalhas
Minhas batalhas
são sorrisos do teu olhar
que domam meus afetos
no mantra da voz
dos meus desencantos
Cortam ritmos em êxtases,
minutos de eternos eclipses,
compasso de melodias,
solidão dos meus passos,
mãos que abraçam o amor
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 09/01/10
Código do Texto: T2019332
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Promessa
Prometo ante o silêncio do inverno,
nutrir minha ilusões
fazendo dos nossos "nós"
a oração da espera
Voltar quantas vezes me for permitido
traçar as marcas do teu rosto,
represar a luz do teu olhar,
compactuar do perfume da saudade
Fazer do teu sorriso
o ensinamento que amansa meus medos,
em tuas mãos
a cura da minha incredulidade
Vestir a alma
com a canção da tua presença,
curada de regressos,
macia e nacarada
como se fosse um vento de versos
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 08/01/10
Código do Texto: T2017701
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