"Mais luz do que o sol do meu céu só o som do seu sim" (Tchello d'Barros)

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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Meus sonhos?



Meus sonhos estão
nas mãos do perdão
no olhar da esperança,
na busca do amor

Eles se refazem ao nascer do sol
na primeira estrela que surge,
na melodia da vida que começa

São sonhos ainda jovens
permutados pelo tempo que passa,
incorporados a imprecisa realidade

Conceição Bentes

Publicado no Recanto das Letras em 30/11/09

Código do Texto: T1952155

domingo, 29 de novembro de 2009

Introspecção


Abraços sem rumos
olhos sem voz,
silêncios que tornam meu ser
difuso, confuso como sou

Transgrido cautelosa,
a audácia e o sarcasmo imprevisto
no fôlego do tempo

Fecham-se as portas indistintas
da noite que cai na neblina da saudade
trazendo a paisagem
dos diferentes ritmos
e tonalidaes da alma

Conceição Bentes
29/11/09

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

De mãos dadas!




De mãos dadas aqueço a alma
que caminha ao sol
marcando a vida...

São como simples abraços,
sorrisos encontrados,
a busca do alento certo
para uma dor escondida

Mãos que afastam mundos imperfeitos,
afagam o coração para uma nova vida
falam silenciosas tudo que sou.

Desvendam meus segredos
redescobrem minhas dúvidas
e me põem frente a frente
me olhando pra mim...

Então como sei
Que o espelho não mente
Da dor que não vejo
Só lembranças e fim...


Conceição Bentes/Marçal Filho
Natal RN/Itabira MG
27/11/09

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Narrativas



Contemplo meu espírito
que busca verdades determinadas
por metas alheias,
evidenciando as razões
que traçam a concepção do mundo

Estou só,
distante de mim, desenhando caminhos
presos a gradis de uma simples vida

Bebo na taça da esperança,
meu presente, herança do passado
onde analiso uma narrativa
conseqüente de mim mesma

Erguendo a visão
olho por cima do muro
na tentativa de entender
os espaços tomados,
mas, a dúvida não se dissipa...

Estagnado e só nessa introspecção;
volto a procurar um nicho
de entendimento
mas, ele volta refazendo o vazio

A alma retém os ardis
e detém dissabores; e estes
caminham na contramão da retórica...

Conceição Bentes / Marçal Filho
Natal RN / Itabira MG
26/11/2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vozes do silêncio



O eco surdo do tempo
transpõe a fúria do vento
fincando esporas de dores
nas sombras que de mim
se apartaram

Lágrimas do silêncio
varrem de minha face
as infinitas luzes
das últimas estações

Madrugadas orvalhadas
espalham sonhos em arco-íris,
ressuscitando o sol da quietude
em cristal que se petrifica


Conceição Bentes
23/11/09

Estações




Estações da espera

escavam meus sonhos

compondo rimas decadentes

ancoradas no princípio intocado

da saudade sem comando


Outonos passeiam no futuro

mudando ausências cortantes

dos dias avessos de ti


Chega o inverno do tempo

com a solidão que desce

imperiosa e fria,

feito aragem macilenta

soterrando a alma fugidia


Conceição Bentes

21/11/09


sábado, 21 de novembro de 2009

AMOR - RESPEITO - GRATIDÃO



Como não amá-los?
Com vocês encontrei alento nos momentos difíceis, a segurança no caminhar pela poesia, as inúmeras lágrimas de moção pelo carinho recebido, são bênçãos impagáveis.
Agradecer a todos, seria muito pouco pra quem deve tanto. O meu amor a vocês é eterno, porque nossas diferenças nos unem através do respeito que nos abraça.
Obrigada amigos.


Conceição Bentes
21/11/09

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Desencontros




Meus desencontros
são encontros desajeitados
que ultimatam dores e perdas

Ando em direção ao nada
acreditando nas chances dadas
ante a amplidão,
que alaga a ausência indivisível
como chaga

O degredo dos teus olhos
chegam de um tempo tosquiado
impreciso, campeando saudades,
soterrando esperanças

Conceição Bentes
20/11/09

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Eu, absoluta!




Meus pés capinam relvas
formando rotas pelo avesso chão

Cansada do olhar do mundo,
sinto a cada instante
o presente que nem sequer olha pra si

Sou a dúvida da consciência
que se autodetermina,
na objetiva essência do espírito,
absoluto, livre
infinitamente só!


Conceição Bentes
18/11/09

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estio




Sou flutuante no estio,
a procura de sombras
onde o excesso de brilhos falsos
permeiam minha jornada

Tenho o amanhecer nas mãos
o vôo dos sonhos abertos,
cobertos por momentos diáfanos
envoltos no mistério do silêncio

Sons queimam a luz do esquecimento,
o ar vazio dispersivo, que aos céus
minh’alma descansa


Conceição Bentes
17/11/09

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Caminhos opostos


Sou o destino
antes do princípio
ou depois do fim,
com cheiro de antigamente
rompendo névoas,
revestindo de couraças
a imutável eternidade

Esqueço meus passos medrosos
batendo nas asas da liberdade,
a incerteza revelada
de um tempo sem cor
da espera sem dor

Tudo é hipotético
nos dias avulsos que marcam
a casualidade transbordante
abarcando caminhos sem dores
sem acenos, até o nada!


Conceição Bentes
16/11/09

sábado, 14 de novembro de 2009

És um poema


És como um poema ameno
onde recosto tua tenaz imagem
que se movimenta nos ardis horizontes

Teus passos são medidos
entre tempos contíguos
da desmedida simetria,
e o atropelo que pausa teus pés

Impõem-te uma beleza imperfeita
na construção improvisada
do refúgio escrito, rejuvenescido,
inacabado, na forma da tranquilidade

Conceição Bentes
14/11/09

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Despojamento




Tirei as vestes da alma
despojei-me até a nudez
de quem o corpo era refém

Chego à margem dos sonhos
resvalando a pele,
carregando sombras e correntes
do conformismo adormecido

Meu silêncio abissal descansa
na insônia das noites peroladas,
onde a brisa indecifrável espalha
rastros de luzes emprestados
da tua ausência edificada

Conceição Bentes
13/11/09

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fotografia



Sou o primeiro exercício
ordenado, sem sobras
ou acúmulos do que se vale

O que resta diante do avesso do tempo
é imposto pela mobilidade das palavras
que não apagam o desalento
e seus meandros

Um resto de sol desliza
nas horas sem conta
das claras manhãs
herméticos, sem ruídos
ancorados em tênue nuvem de luz


Conceição Bentes
11/11/09

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Verões



Quero um verão
para erguer-me das fragilidades
que tenho em silêncio

Ponho a vida acordada
esculpindo teu rosto estático
com a exatidão de um soneto definido

Ouço nossas ausências
que se dissolvem com o inverno,
no perfume outonal do que fomos

Vivo a impregnada rebeldia
repartindo os temores dogmáticos
podando o verdadeiro sorriso
com a confiança que me foi doada

Conceição Bentes
10/11/09

domingo, 8 de novembro de 2009

Paixão




Tenho a solidão efêmera
com o rolar liberto,
recriando caminhos
tal estrada inacabada

Exteriorizo a liberdade de prender-se
e a prisão ao soltar-se,
da saudade caída na alma

Dilacero ocasos outonais
retalhando horizontes
que despem os pudores da poesia,
recortando essências,
transcriando sentidos.

Conceição Bentes
08/11/09

sábado, 7 de novembro de 2009

Idílio


Não houve céus previstos
desfazendo em mim
tamanhas urzes,
acenando-me onde velei meu canto

O amor entoa hinos
como sinos ao crepúsculo
elaborando um aceno
pelo cenário calcinado e rude

Dentro de cada som coubeste,
fazendo da alma cada veste,
ouvindo desse exílio eterno,
a voz escavada onde me interno

Conceição Bentes
07/11/09

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A Vida passa!


Nossas vidas são tecidas sem tramas
onde teu colo me cala
enquanto fala o amor

Há muito nos encontramos,
e melhor que todos, te percebo
acalentando essa manha que se anuncia,
prestes a morrer

Guarneço teus dias passantes
como um santuário aberto
ao esquecimento do tempo,
resguardando todo acalento
que virá nos acalmar
a bordejar pelo vento


Conceição Bentes
05/11/09

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ser justo




Seremos justos
questionando ausências
quando a essência é o tudo
e a retórica, o nada?

Injustos seremos,
na omissão aos indefesos
acorrentados, luzindo de ardores
lançados às dores

Tenho direito ao silêncio
da indignidade sem lembranças,
sem crepúsculos, só a dor,
dos que deixam o mundo vazio
num sopro indivisível,
sobre os olhos das últimas estrelas

Conceição Bentes
03/11/09

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Deuses da noite



Brincam os deuses na eternidade
e suas mãos invisíveis
precipitam no espaço
astros nos demorados tempos

Invejo seus poderes
na infinita vontade
de ser sombras que passam
nas asas da noite
divagando ao nada

Quisera ser, avalanche de luzes
que encerram o dia surpreendente
entorpecendo a visão
e se deixam levar
pela misteriosa incandescência
num jogo alternado,
que só os deuses conhecem e entendem



Conceição Bentes
02/11/09

domingo, 1 de novembro de 2009

Sentimentos



Aprendi com o silêncio das pedras
a ter uma solidão fria,
recatada e prolífera
como a seiva das plantas

Tive a alma aprisionada,
mas estou liberta o bastante
para inundar os mares
tal um risco de luz efêmero

Senti a dor se transformando em poesia
e a sabedoria repousar
na simplicidade que alarga a vida

Munida de cores celestes,
serei a lágrima no orvalho da noite
banhando minha alma seca
e consagrando-a em um verde sol


Conceição Bentes
01/11/09